Reunião - 29/03/2018 - SEDE-SP
A Santa Comunhão é a presença real do Senhor
Jesus nesta Santa Igreja Apostólica, Templo da
vida e da oração dos fiéis.
A fé Apostólica afirma a presença do
Senhor e de nossos Santos ao nosso lado em
nossas reuniões e principalmente na Santa
Comunhão, não nos deixando órfãos, fazendo-nos
companhia, ensinando-nos o significado da
verdadeira vida de amor e solidariedade: “Estarei
ao lado de vocês como amigo todos os
momentos da vida”. Eis a presença, outra
exigência do amor.
O amor não só exige sacrifício, fé e
presença, mas exige também comunhão.
No
diálogo da última Ceia, Jesus orou com este
sentimento de comunhão com o Pai e com os seus
discípulos: “Que todos sejam um, como tu,
Pai, estás em mim e eu em ti… que eles
estejam em nós” (São João 17,20-21).
A presença de Jesus na Santa Ceia é o
caminho que leva a esta comunhão ideal. Comer
sua carne e beber seu sangue é identificar-se com
Ele no modo de pensar, agir e proceder na
conduta da vida.
Todos que se identificam com Ele
passam a ter a mesma identidade entre si: são
chamados filhos de Deus e verdadeiros irmãos. Eis
a comunhão como exigência do amor.
A vida com Deus é amar como Jesus amou,
é amar na medida de Deus o que chamamos de
caridade. A caridade nunca enxerga o outro na
posição de inferioridade.
Caridade é ter com o
outro uma relação de semelhança e reconhecer-se
no lugar em que o outro se encontra.
Na morte redentora na cruz, Cristo realiza a
suprema medida da caridade “dando sua vida” e
amando seus inimigos no gesto do perdão: “Pai,
perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem. ”
A Santa Comunhão não deixa ficar
esquecido no passado esse gesto, que é a prova
maior do amor de Deus por nós. Para isso,
deixou-nos o mandamento: “Façam isso em
minha memória”.
A Ceia do Senhor é um gesto de amor e
caridade de Deus pela humanidade, através do
seu amado filho Jesus: “Eu sou o Pão da vida
que desceu do céu. Quem come deste Pão
vencerá a morte e terá vida para sempre”.
É emocionante meditarmos que Jesus não
deixa apenas um testamento de palavras, mas ele
mesmo se reveste de humildade e nos mostra o
caminho do amor ao qual nos pede para trilhar. O
texto de São João 13,1-15 conta que Jesus ceou
com os seus discípulos e, logo depois da ceia,
pegou a jarra e a bacia, amarrou uma toalha na
cintura e se pôs a lavar os pés de seus discípulos.
Lavar os pés é sinal de serviço, de
humildade, de bem-querer. Numa época em que
as pessoas caminhavam muito mais do que
caminham hoje, ocupar-se dos cuidados dos pés
de outra pessoa é querer muito bem a ela. É
desejar profundamente que o outro siga em frente
sua caminhada existencial.
E é isto que Jesus deseja de nós: que
sejamos continuadores de sua obra de paz, de
amor e de justiça; que não tenhamos medo nem
preguiça de sermos servos fiéis; que deixemos de
lado toda a arrogância e nos coloquemos como
menores, atentos às necessidades de nossos
irmãos e irmãs, sempre dispostos a uma vida de
serviço e doação.
“Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros como eu vos amei. ”
Esta é a grande herança que Jesus deixa para
seus discípulos. É o testamento que um pai confia
a seus filhos e filhas na esperança de que eles
levem adiante sua obra.
Após Jesus cear com seus doze discípulos,
Judas Iscariotes sai correndo e vai entregar Jesus
por trinta moedas de prata.
É nesta noite, quando Jesus orava no
Jardim do Getsêmani, foi preso e conduzido ao
sumo sacerdote Caifás, interrogado e, no
amanhecer da sexta-feira, açoitado e condenado.